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Organize suas finanças: economista e professor da FSLF dá as dicas


às 20h13
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2020 foi um ano de muitas perdas financeiras e adaptações. Diante de um cenário econômico de incertezas, faz-se necessário ter atenção redobrada à educação financeira e realmente investir no essencial e em projetos futuros com boas perspectivas. Convidamos o economista e professor da Faculdade São Luís de França, Rodrigo Rocha, para fornecer orientações sobre como organizar o bolso para o corrente ano. Vale ler cada linha da entrevista e aplicar, com consciência, onde vale o seu dinheiro, tempo e energia.

–  Qual conselho central você daria para uma organização da economia pessoal neste ano?

De forma bem objetiva, educação financeira! Infelizmente no Brasil não existe a cultura de ensinar as pessoas a terem uma vida financeira organizada.

Para quem tem dificuldade nas contas, a primeira coisa a fazer é buscar informação. Existem diversos vídeos, sites, aplicativos, etc. que podem ajudar muito a organizar as contas.

Com essas informações será possível entender que não é difícil separar as contas e deixar o dinheiro já direcionado para as despesas, antes mesmo de receber. Sendo assim, é possível analisar se existem gastos que podem ser cortados ou pelo menos reduzidos, possibilitando chegar ao final do mês com todas as contas pagas e um valor para poupar/investir.

– Caso a pessoa tenha dívidas, qual a melhor estratégia para saná-las?

O passo mais importante é entender os detalhes das dívidas. Saber qual é o valor total e ver as taxas de juros de cada uma.

O segundo passo é conhecer bem todas as despesas que têm, analisar o que pode cortar, para saber com quanto exatamente pode contar para fazer uma negociação.

Com essas informações é hora de negociar as dívidas, tentando quitar primeiro as que podem trazer maiores dificuldades para a própria vida e para a vida da família, como água, energia, aluguel, etc.

Caso seja possível, uma boa opção é pegar um empréstimo no valor total de todas as dívidas, desde que seja com uma taxa de juros mais baixa e uma parcela que realmente caiba no orçamento, pois facilita o controle.

Mas muito cuidado caso escolha essa alternativa, para não ficar com uma parcela muito alta, que poderá se tornar em uma grande dívida, caso não consiga honrar.

– Há gastos fixos e variáveis. Como manter o equilíbrio e tomar melhores decisões sobre como usar o dinheiro?

A conta é simples e sempre deve começar pelas despesas fixas, como água, energia, alimentação, transporte etc. Deve-se calcular qual o valor médio mensal destas despesas e já deixar uma parte da renda bloqueada para essas contas.

Em seguida, com o que sobrar da renda, organizar as despesas variáveis, entendendo quais dessas despesas são realmente necessárias, para não acabar gastando mais do que a renda permite e entrar no endividamento descontrolado.

Vale destacar que um bom planejamento financeiro já deve prever uma parcela da renda para fazer uma “poupança”, que é muito útil tanto para salvar em situações imprevistas, quanto para poder realizar sonhos no futuro.

 – Caso a pessoa possua investimento, quais alternativas podem gerar maior rendimento/lucro?

Historicamente no Brasil se tem o costume de guardar dinheiro em poupança. Mas é importante entender que a poupança e até mesmo alguns investimentos de renda fixa estão tendo um rendimento muito baixo, perdendo inclusive para a inflação, ou seja, o dinheiro ao final de um determinado período pode não ter o mesmo poder de compra que tinha no início do investimento.

Por isso é importante diversificar, buscando investir inclusive em renda variável, como em fundos de investimento e ações, mas sempre respeitando o próprio perfil.

Na prática, alguém que possui um perfil mais arrojado pode colocar um valor mais alto em investimentos mais arriscados, e alguém que tem um perfil mais conservador, deve colocar um valor mais baixo nesse tipo de investimento.

Mas antes de investir o mais importante é buscar muita informação e, sempre que possível, buscar o auxílio de profissionais experientes, que poderão ajudar a tomar melhores decisões.

– Para findar, em tempos de imprevisibilidade em empregos e fontes de renda, como planejar a economia pessoal de curto a longo prazo?

Em tempos de maior imprevisibilidade se torna ainda mais importante, mas sempre é necessário ter uma reserva financeira que garanta no mínimo de 3 a 6 meses das despesas correntes.

Ou seja, se uma pessoa tem uma despesa corrente mensal de R$ 1.000,00, ela deve guardar de R$ 3.000,00 a R$ 6.000,00, em um investimento de resgate automático, para resolver possíveis emergências de curto prazo.

Para o longo prazo, após juntar essa reserva de emergência, é importante fazer investimentos mais diversificados, para alcançar metas como, por exemplo, tranquilidade na aposentadoria, viagens, troca de automóvel ou quaisquer outros sonhos e desejos que a pessoa possua.

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