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Cultura: conheça algumas manifestações marcantes do folclore sergipano 


às 16h09
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No dia 22 de agosto é comemorado o Dia do Folclore e para fazer uma alusão à data e destacar as representações folclóricas sergipanas, a nossa editoria de cultura desta sexta vai falar um pouco dessas representações. Lembrando que a cultura sergipana é rica em elementos indígenas, africanos e portugueses, uma mistura rica que resultaram nas manifestações do folclore sergipano, entre elas destacam-se principalmente o Reisado, Parafusos, Guerreiros, Lambe-Sujos e Caboclinhos, Cacumbi, Taieira, Samba de Parelha, São Gonçalo.

A seguir vamos falar mais um pouco dessas manifestações folclóricas e culturais:

Guerreiro – Auto natalino, que carrega marcas do Reisado. Conta a lenda popular que uma rainha, em um passeio acompanhada de sua criada de nome Lira e dos guardas (Vassalos), se apaixona por um índio chamado Peri. Para não ser denunciada, manda matar Lira. Mesmo assim, o rei toma conhecimento do fato e, na luta contra o índio Peri, morre. A dança é composta de jornadas – uma sequência de cantos e danças -, que são apresentadas de acordo com os personagens de cada grupo, sendo um dos pontos culminantes a luta de espadas, travada entre o Mestre e o índio Peri. Os instrumentos que acompanham o grupo são sanfona, pandeiro, triângulo e tambor;

Cacumbi – Não se sabe ao certo sobre a origem do Cacumbi, acredita-se que trata-se de uma variação de outros autos e bailados como Congada, Guerreiro, Reisado e o próprio Cucumbi. O grupo geralmente se apresenta na Procissão de Bom Jesus dos Navegantes e costumeiramente no Dia de Reis, que é quando a dança é realizada em homenagem a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. O ritmo é forte, o som marcante e o apito coordena a mudança dos passos. Os instrumentos que acompanham o grupo são: cuíca, pandeiro, reco-reco, caixa e ganzá. Em Sergipe, o Cacumbi é encontrado nos municípios de Lagarto, Japaratuba, Riachuelo e Laranjeiras;

Chegança – é uma dança que representa em toda a sua evolução a luta dos cristãos pelo batismo dos Mouros. A apresentação sempre acontece na porta de igrejas, onde uma embarcação de madeira é montada para o desenvolvimento das jornadas. O pandeiro é o principal instrumento de acompanhamento, eles utilizam também apitos e espadas;

Reisado – de origem ibérica, se instalou em Sergipe no período colonial. É uma dança do período natalino em comemoração do nascimento do menino Jesus e em homenagem dos Reis Magos. Atualmente, o Reisado é dançado, também, em outros eventos e em qualquer época do ano. A cantoria começa com o deslocamento do grupo para um local previamente determinado, onde é cantado “O Benedito”, em louvor a Deus, para que a brincadeira seja abençoada e autorizada. O Reisado tem como característica o uso de trajes de cores fortes e chapéus ricamente enfeitados com fitas coloridas e espelhinhos;

Taieira – grupo de forte característica religiosa tendo por objetivo a louvação a São Benedito e a Nossa Sra. do Rosário, ambos padroeiros dos negros no Brasil. É da imagem dessa santa que se retira a coroa para colocar na cabeça da “Rainhas das Taieiras” ou “Rainha do Congo”. O momento da coroação é o ápice da festa que se realiza sempre no dia 06 de janeiro, nessa igreja. Tocando quexerés (instrumentos de percussão) e tambores, as Taieiras, trajando blusa vermelha cortada por fitas e saia branca, seguem pelas ruas cantando cantigas religiosas ou não.

Parafusos – conta-se que no tempo da escravidão, os escravos negros fugitivos saíram à noite para roubar as anáguas das sinhazinhas deixadas no quaradouro. Cobrindo todo corpo até o pescoço, sobrepondo peça por peça, nas noites de lua cheia saíram pelas ruas dando pulos e rodopiando em busca da liberdade. A superstição da época contribuiu para que os senhores ficassem apavorados com tal assombração – acreditando em almas sem cabeça e outras visagens – e não ousavam sair de casa. Após a libertação, os negros saíram pelas ruas vestidos do jeito como faziam para fugir dos seus donos. Nasceram assim os parafusos;

Lambe Sujo e Caboclinhos – são dois grupos folclóricos unidos num folguedo que se baseia no episódio da destruição dos quilombos. O grupo dos Lambe-Sujos é formado por meninos e homens totalmente pintados de preto, usando uma mistura de tinta preta e melaço de cana-de-açúcar para ficar com a pele brilhosa. Eles usam short e um gorro de flanela vermelha. Junto com os Lambe-Sujos se apresentam os Caboclinhos, que pintam o corpo de roxo-terra e usam indumentária indígena: enfeites de penas, cocar e flecha nas mãos. A brincadeira consiste na captura a rainha dos Caboclinhos pelos Lambe-Sujos, que fica aprisionada. À tarde, há a tradicional “batalha” pela libertação da rainha, da qual os Caboclinhos saem vitoriosos. Hoje, a “Festa de Lambe-Sujo”, como é conhecida, tornou-se uma das mais importantes da cidade de Laranjeiras, acontecendo sempre no segundo domingo de outubro.

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