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Faculdade São Luís de França realiza evento para marcar do Dia de Consciência Negra


às 23h45
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Teve início na quarta-feira, 20/11, na unidade Getúlio Vargas da Faculdade São Luís de França, a IV edição do projeto Vozes Negras. O evento foi iniciado no Dia da Consciência Negra e trouxe uma mesa-redonda com abordagens relevantes à data. 

De acordo com a coordenadora do curso de letras, Sara Rogéria, o evento é um espaço de discussão sobre a presença negra na sociedade brasileira e destacar as questões que invisibilizam a pessoa negra. 

“Essa é a quarta edição do Vozes Negras que começou como atividade de sala de aula, na disciplina Pós-Modernidade, que eu ministrava, e foi crescendo até que deixou de ser um projeto da disciplina para ser uma atividade do curso de Letras e depois da faculdade. Isso se deve à participação e interação dos alunos e também porque sempre fazemos questão de trazer pessoas que tenham conhecimento para acrescentar”, relatou Sara Rogéria. 

A abertura desta edição contou com a participação de três mulheres negras que discutiram em torno do tema “Epistemicídio negro: as rasuras no sistema de produção intelectual no Brasil”.  Uma das convidadas foi Alessandra Corrêa Souza, professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), doutora em Literaturas Hispânicas pela UFRJ.

A palestrante, que atua no Departamento de Línguas Estrangeiras, destacou em sua palestra seu projeto desenvolvido na UFS. “Desenvolvemos um projeto de pesquisa chamado ‘Escrevivência de Mulheres Negras em Diásporas’, onde trazemos narrativas de mulheres negras em diversos lugares, não só no Brasil. Além da narrativa de pessoas que são marginalizadas pelo sistema. E o tema desse primeiro dia vai ao encontro do que pesquiso, trabalho com mulheres negras e hoje trouxe autoras brasileiras e hispânicas para mostrar essa desconstrução e esse saber que vem sendo silenciado”, afirmou Alessandra que destacou a importância de haver uma data específica de consciência negra. “Como não existe uma consciência humana de todos, ainda precisamos de uma data para lembrar que essas pessoas precisam ser ouvidas e que o Brasil, de uma forma geral, deve uma reparação a esse grupo étnico que vem sendo marginalizado desde a época da escravização”.

A professora também relatou que momentos como estes de interação com os estudantes são gratificantes para os profissionais da educação. “São trocas diárias e essa galera jovem é muito interessada. Por isso, é sempre bom trazer essas novas narrativas, a nossa grande proposta é trazer a narrativa de pessoas que foram e são silenciadas até hoje. E a abertura do diálogo é muito bacana, isso faz com que as pessoas passem a ser protagonistas da sua própria história”.

A temática do evento foi aprovada pelos alunos da faculdade. A estudante do 4º período de Letras, Renata Natieli Nonato Vieira, participou no ano anterior e resolveu se inscrever pela segunda vez. “São discussões muito atuais e que conseguem dar voz a todos. As pessoas conseguem se expressar melhor e nós conhecemos outra cultura, outras realidades. Isso para o nosso curso é muito importante, porque vamos no futuro estar na sala de aula e é uma forma de conhecermos o aluno e respeitar experiências diferentes”. 

A aluna Isabela Correa dos Santos, 2º período do curso de Serviço Social, participou na edição anterior e este ano, como aluna da instituição, retornou. “É um tema necessário. Todas as universidades devem explorar esses temas, é fundamental no meio acadêmico debatermos sobre os problemas enfrentados pelas minorias. As barreiras sempre vão existir, por isso cada vez mais é preciso de espaços como este e não só no mês de novembro, mas o ano todo”.

Na ocasião, contamos com a presença dos ilustres palestrantes: 

Denise Pereira – Graduanda em Direito pela FSLF. Feminista. Militante,
Wolney Nascimento – Mestre em Cinema e Narrativas Sociais (2018) pela UFS,
Alessandra Corrêa de Souza – Doutora em Literaturas Neolatinas pela UFRJ,
Izamar Soares de oliveira – Assistente Social, pós-graduação em Estratégia Saúde da Família e Mestra em Administração e Recursos Humanos,
Thaty Meneses – Formada em Letras, pós-graduada em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça,
Eleonora Vaccarezza Santos – Psicóloga Social e Doutoranda em Psicologia e
Valdilene Oliveira Martins – Administradora, Advogada Criminalista e de família, atua exclusivamente na assistência jurídica de mulheres em situação de violência doméstica.

O evento, gratuito, seguiu até quinta-feira, 21/11, com palestras na unidade do bairro Salgado Filho.

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