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Psicóloga fala sobre os prejuízos que o excesso de atenção ao mundo virtual pode trazer ao cérebro


às 17h36
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Final de ano chegando, momento de muitas promessas de mudanças de hábitos e resoluções para o ano que vem chegando. E que tal aproveitar o momento para mudar a sua relação com as redes sociais? A vida online tomou conta de todas as coisas e quase todas as gerações. Fazemos compras online, reuniões, trabalhamos, namoramos, quase substituímos a vida real pela vida virtual. Seria tudo muito bom, se isso não trouxesse alguns custos sociais e mentais.

Conversamos com a professora do curso de Psicologia da Faculdade São Luís de França (FSLF), a psicóloga Marcela Teti, que deixou um pouco de lado o debate sobre interação social e falou um pouco sobre os custos para a cognição ou para o cérebro sobre a permanência da atenção no mundo virtual.

Segundo a psicóloga, muitas vezes reclamamos que estamos exaustos, sobrecarregados, com estafa mental, mas não sabemos o porquê. “Muita gente fala do aumento das exigências, que são várias coisas para fazer ao mesmo tempo, mas será que são? Se você faz a mesma coisa há 5 anos, porque a impressão de que sua vida deteriorou? A resposta pode estar no uso excessivo das redes sociais. Sei que parece descabido falar sobre isso, num mundo tão conectado, mas seu cérebro não está preparado para lidar com tantas informações e com tantos estímulos”, destacou.

De acordo com a professora da FSLF, cognitivamente, nós não conseguimos fazer várias coisas ao mesmo tempo, pois nosso cérebro não é multitarefas. “Você não consegue prestar atenção na TV e no celular ao mesmo tempo, muito menos no celular e no relatório que você deve entregar. Seu cérebro foca em uma coisa por vez. Dito isso é importante mencionar que toda vez que você foca em alguma coisa, leva cerca de 15 minutos para você entender aquilo em que focou. Assim, mesmo que você dê uma olhadinha no celular, acreditando que será rapidinho, seu cérebro só consegue processar a informação minutos depois. É por isso que quando acessa uma rede social, você sempre se perde por lá. Ao retornar para o seu trabalho, vai levar mais um tempo para você “mergulhar” no tema em que estava trabalhando”, ressaltou.

A psicóloga também explicou que quando o cérebro se dedica a algo, existe uma sensação de tranquilidade, alívio e até de felicidade. Mas se você fica mudando o foco constantemente, ele vai ficar gastando energia para “entender” o que você olha, escuta, sente. Assim, o hábito que temos de ficar entre muitas mensagens ou no feed, lendo várias notícias, uma atrás da outra faz você ficar cansado e sobrecarregado.

Para melhorar sua relação com as redes sociais e não perder sua força de vontade em meio à virtualidade, Marcela Teti deu a dica. “Separe alguns momentos do seu dia para acessar as redes. Defina racionalmente isso. Eu prefiro no início do dia, depois do almoço e próximo do horário de dormir, com o limite máximo de 30 minutos para cada coisa. Caso siga esta rotina, você vai perceber que seu dia transcorreu em paz, sem quase nenhum aborrecimento.Costumo acessar mensagens imediatamente quando elas são de trabalho ou de pessoas importantes da família, o que significam poucas pessoas. Assim, as respostas são sempre focadas e os problemas são respondidos rapidamente. Acessar o whatsapp e só focar em algumas pessoas é uma arte. Dói no início, mas depois fica bem fácil”, ponderou;

Já com relação às redes sociais, a psicóloga conta sua experiência. “Tolero no máximo 25 minutos no dia para cada rede e uso as configurações para checar quando passei do limite. Outra estratégia para reduzir o uso destas redes é somente seguir aquelas pessoas que fazem conteúdos importantes, que agregam à carreira. Quando quero saber de um amigo ou amiga, combino um café com eles para conversarmos”, relatou.

Estas são estratégias para manter seu cérebro potente, com energia, criativo e de quebra melhorar suas relações interpessoais. Veja que se você cuida da sua saúde mental, por consequência cuida da sua saúde interpessoal. 

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