Vozes Negras, Negras Vozes acontecerá nos dias 20 e 21 de novembro na FSLF


O evento chega à sua quarta edição consolidado como um espaço para discussão acerca das questões sociais, culturais, históricas e acadêmicas que atravessam a negritude no Brasil

A Faculdade São Luís de França sedia, nos dias 20 de novembro, na unidade Getúlio Vargas, e 21 de novembro, na unidade Salgado Filho, o  ‘Vozes Negras, Negras Vozes: do epistemicídio à valorização da cultura negra’. Em sua quarta edição, o evento que é gratuito e aberto também para o público externo, visa promover discussões sobre negritude, cultura e intelectualidade fomentando o debate sobre a presença negra na sociedade. Este ano, as mesas nas duas unidades contarão com a presença de profissionais das áreas cujos cursos de formação são ofertados pela instituição, a exemplo de Direito, Serviço Social, Pedagogia, Letras e Psicologia.

Criado em 2012, numa disciplina de Letras, à época, segundo a sua idealizadora, a professora e coordenadora do curso Sara Rogéria Santos Barbosa,  o projeto funcionava como um sarau restrito apenas a uma disciplina que ministrava, até chegar à atual configuração. “O Vozes Negras nasceu em uma disciplina que ministrei no segundo semestre de 2012. Falávamos sobre identidades e resolvemos fazer um sarau em alusão ao dia da Consciência negra. Era restrito apenas a disciplina, depois passou a ser do curso de Letras e hoje faz parte do calendário da instituição.  Nesta edição, falaremos sobre a importância da cultura negra no Brasil, desde o samba até a produção fílmica e depois sobre a presença de intelectuais, teorias e filosofias negras em contraposição ao epistemicídio acadêmico”,  explica.

A professora destaca ainda o papel social da faculdade, que em sua grade honra e dialoga com as diretrizes da lei 10.639, que tornou obrigatório nas escolas o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana.

“Atuo nas duas áreas que servem de base para o curso de letras: Linguística e Literatura e o nosso currículo novo adota o estudo da língua portuguesa levando em consideração as contribuições indígenas e africanas. A mesma coisa ocorre em literatura. Estudamos literatura de língua portuguesa. Essa mudança oficializa a prática que adotamos e dialoga fortemente com a lei 10.639. Nossas disciplinas foram pensadas para que nossos alunos conheçam e reconheçam a importância de autores/as negros/as na formação da literatura brasileira, não apenas como literária, mas, sobretudo, como teóricos, compreendendo como e quanto as culturas dos povos africanos contribuíram para o que chamamos hoje de cultura brasileira e, ao mesmo tempo, analisar os percursos pelos quais esses mesmos sujeitos foram alijados dos espaços sociais culturais e econômicos neste país.”, detalha. No curso de Pedagogia também temos o mesmo cuidado em fazer a devida articulação. Temos disciplinas como Relações Étnico-raciais e Educação e Diversidade que não apenas abordam de forma pontual essas questões, mas também deixam evidente a necessidade de o/a pedagogo/a em formação compreender a diversidade étnica brasileira e como contemplá-la em sala de aula.

 Confira aqui a programação do ‘Vozes Negras, Negras Vozes’:

20 de novembro de 2019:

Unidade Getúlio Vargas

18h30 – 19h: Abertura

19h – 20h: Mesa-redonda:  Epistemicídio negro: as rasuras no sistema de produção intelectual no Brasil

20h10 – 21h: Mesa-redonda:  A presença negra na cultura brasileira: da invisibilidade ao protagonismo no cenário artístico-cultural brasileiro

21h10 – 22h : Debate

21 de novembro de 2019:

Unidade Salgado Filho

18h30 – 19h : Abertura

19h – 20h : Mesa-redonda:  Epistemicídio negro: as rasuras no sistema de produção intelectual no Brasil

20h10 – 21h: Mesa-redonda:  A presença negra na cultura brasileira: da invisibilidade ao protagonismo no cenário artístico-cultural brasileiro 21h10 – 22h : Debate