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Síndrome pós-Covid: a importância da fisioterapia na recuperação


às 12h35
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Ao longo da pandemia de Covid-19 a procura pelos serviços de fisioterapeutas para o tratamento da doença dentro das unidades hospitalares foi grande. Agora com a estabilização da doença o que se tem observado nas clínicas e consultórios é a demanda dos pacientes acometidos da Síndrome pós-Covid, ou seja, pacientes com sequelas que perduram por um tempo mesmo após a doença.

De acordo com o professor da Faculdade São Luís de França, Igor Larchet, esses atendimentos continuam bastante ativos devido ao padrão crônico de debilidades que precisam de acompanhamento ao longo de semanas ou até meses. “A jornada das pessoas que manifestaram um quadro severo da Covid-19 não se encerra na alta hospitalar. Agora precisam recorrer à fisioterapia para se reabilitar e voltar a vida normal com qualidade. Por isso, alguns conselhos de Fisioterapia têm evidenciado uma procura constante pelos serviços nas clínicas, consultórios e até mesmo a domicílio”, relatou.

O profissional também destaca que mesmo aqueles pacientes que tiveram a doença na forma mais leve têm procurado auxílio na fisioterapia, já que mesmo nesses casos podem apresentar fraqueza muscular de difícil recuperação, com impossibilidade de retornar às atividades cotidianas imediatamente. “Esses pacientes são submetidos a altas doses de medicamentos (incluindo anti inflamatórios), aliadas ao tempo de baixa mobilidade corporal (quarentena) que podem prejudicar as funções respiratórias e músculo-esqueléticas. Mesmo sendo uma doença nova , as pesquisas mostram que em torno de 30% das pessoas que se curam da covid-19 têm redução importante da capacidade pulmonar. Isso afeta não apenas os que passam por longas internações, mas também os que nem chegam a passar pelos hospitais. São relatados casos de pessoas que se trataram em casa e depois que estavam sem sintomas em um determinado tempo, acabaram se queixando de dificuldades respiratórias, fadiga, indisposição, taquicardia e dores nas articulações, por exemplo”, explicou.

É importante que as pessoas iniciem a reabilitação pós-Covid tão logo estejam curados dos sintomas mais graves. O fisioterapeuta relata que, segundo a literatura científica, os primeiros sete dias depois da alta são decisivos para o desfecho da recuperação funcional desses indivíduos. “O processo de reabilitação envolve exercícios físicos e respiratórios, que apresentam resultados em um prazo de seis a oito semanas. Totalizando em alguns casos 12 semanas de tratamento em média para os casos mais graves. No final das contas: cada caso é de particular intervenção”.

Principais tratamentos

O SARS-COV2 pode afetar múltiplos órgãos e sistemas do corpo e as repercussões são variadas sendo, principalmente, respiratórias, cardiovasculares, músculo esqueléticas, renais e neurológicas. Estudos mostram que até 46% dos pacientes que foram hospitalizados apresentaram sequelas como falta de ar, fadiga e dor torácica. Ainda, é comum fraqueza muscular periférica, descondicionamento cardiorrespiratório, perda de equilíbrio, distúrbios mentais, úlceras de pressão, polineuropatia e dores crônicas.

Segundo Igor Larchet, cabe ao fisioterapeuta avaliar e tratar de forma sistemática e funcional o tripé: capacidade aeróbica, força muscular periférica e respiratória. “O tratamento principal é a Reabilitação Funcional Cardiorrespiratória onde são realizados treinos aeróbicos e funcionais aliados à desobstrução brônquica, reexpansão pulmonar e treino de equilíbrio quando necessários. Alguns protocolos para o treinamento são discutidos na literatura, mas os treinos de endurance e os intervalados parecem ser os mais utilizados para o Pós -Covid. O papel potencial da fisioterapia gira em torno de reduzir as sequelas e corrigir as limitações funcionais, proporcionando restabelecimento das defesas antioxidantes, da qualidade de vida e retorno do paciente às atividades laborais, sociais e esportivas”, salientou.

Preparação profissional

Os profissionais precisam estar atentos às oportunidades de atualização como os circuitos de palestras em reabilitação pós-Covid, bem como os cursos institucionais sejam online ou presenciais com especialistas que vivenciaram a realidade da reabilitação intra e extra hospitalar. “A ideia é aperfeiçoar ainda mais a qualidade assistencial, nivelando o conhecimento para que a sociedade tenha acesso ao que há de mais moderno e atual entre a comunidade científica, visando a melhora do quadro clínico do paciente e um Pós Covid com qualidade de vida”, finalizou .

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