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Professor da FSLF fala sobre o impacto da inflação na renda das famílias


às 12h51
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Nos últimos meses as famílias brasileiras têm vivido constantes aumentos no preço de produtos variados, o que tem gerado uma dificuldade na hora de fechar as contas no final do mês. A inflação historicamente assusta qualquer país, pois é um sintoma de que a economia está enfrentando problemas. A inflação alta é ainda mais prejudicial para os trabalhadores assalariados, pois geralmente os salários não conseguem acompanhar, na mesma velocidade, o aumento dos preços.

Em economias mais estáveis, o salário do trabalhador costuma ser reajustado uma vez ao ano e, se dentro deste período, os preços dos bens e serviços sobem muito, significa que o salário do trabalhador vai comprar menos do que comprava antes.

De acordo com o professor da Faculdade São Luís de França, Rodrigo Rocha, no Brasil o índice oficial para medir essa variação no preço é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que entre janeiro e setembro já acumula alta de 6,9%, passando dos 10% no acumulado em doze meses.

“Sobre essa medida é importante ressaltar que é calculada através de uma média ponderada dos preços de vários bens e serviços vendidos no país. Essa forma de cálculo é uma convenção estatística, que muitas vezes gera dificuldade na compreensão da população, pois muitas pessoas sentem um aumento muito maior nos preços. Isso ocorre devido ao fato de que cada família tem um consumo diferente. Por exemplo, um lar onde as pessoas consomem muito macarrão vai sentir bastante o aumento do preço desse produto, já as famílias que não costumam comprar muito, sentirão bem menos o aumento no preço desse alimento”, explicou.

Ainda segundo o economista, um exemplo prático do impacto da inflação no salário do trabalhador é o seguinte: se uma família comprava 10 bandejas de peito de frango por mês a R$ 15,00, gastava R$ 150,00. Se essa mesma bandeja aumentou para R$ 21,00, para poder consumir a mesma quantidade gastaria R$ 210,00, ou seja, R$ 60,00 reais (ou 40%) a mais.

“Ao longo de 12 meses ocorre algum nível de aumento em vários produtos, sem o salário aumentar durante este período. Isso significa que quanto maior esse aumento dos preços menor é o poder de compra dos trabalhadores. É importante destacar que ao contrário do que muitos pensam esse aumento generalizado não é culpa dos empresários, mas fruto de uma conjuntura de aumento generalizado dos custos para produzir/vender os bens e serviços”, destacou.

Aumentos

O professor da FSLF, ressalta que esses aumentos se devem em grande parte a dois grandes fatores: aumento do dólar, encarecendo produtos importados e estimulando a venda de produtos brasileiros para outros países (faltando/deixando mais caro o produto no Brasil); e o aumento de diversos custos na cadeia produtiva, por vários motivos, mas em especial por conta dos desabastecimentos oriundos da pandemia, pois o mundo todo teve uma retomada da economia muito mais rápida que a capacidade produtiva das empresas.

“Diante de um cenário tão desafiador resta aos consumidores basicamente dois principais caminhos. O primeiro é ter um controle muito grande de todos os gastos, planejando bem cada despesa. Fazendo pesquisa de preços, aproveitando promoções e fazendo substituições de produtos mais caros, quando não for possível cortar. O outro caminho é encontrar formas de conseguir uma renda extra, para aumentar a renda e sofrer menos o impacto da inflação”, finalizou.

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