O mês de março é voltado para saúde da mulher, a campanha Março Lilás tem como objetivo, conscientizar a população sobre a prevenção e combate ao câncer de colo uterino. De acordo com o ministério da saúde, esse é o terceiro tipo de câncer mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte entre as mulheres no Brasil. O intuito da campanha é estimular que as mulheres conheçam as principais formas de cuidado, prevenção e que estejam atentas aos sinais e sintomas desse tipo de câncer.
Para falar um pouco mais sobre prevenção e sobre a doença, conversamos com a professora de enfermagem da Faculdade São Luís de França, Jéssica Carvalho Nascimento, que explicou alguns pontos importantes.
Segundo a profissional, o câncer do colo do útero pode ser prevenido e a principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV (Papiloma Vírus Humano) que está disponível no SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. “A vacinação pode prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais. Uma outra forma de prevenção é através do uso de preservativos que está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, que ocorre por via sexual. Além disso, o exame preventivo, conhecido como Papanicolau ou exame do colo do útero, deve ser feito periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual, pois este exame é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces, que se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer”, destacou.
Sobre a incidência deste tipo de câncer, a enfermeira ressalta que de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é raro em mulheres de até 30 anos e o pico de sua incidência se dá na faixa etária de 45 a 50 anos. O Brasil deve registrar 16.710 novos casos de câncer de colo do útero no triênio 2020/2022.
O câncer do colo do útero tem grandes chances de cura, por isso, é tão importante que as mulheres estejam atentas e façam os exames periodicamente para verificar se existe alguma alteração. “Esse tipo de câncer é causado pela infecção persistente por alguns tipos de HPV, os chamados de oncogênicos. A infecção genital por esses vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença. São sexualmente transmissíveis e podem causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus. Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo e são curáveis na maioria dos casos”, explicou.
O exame Papanicolau e a vacinação se complementam como ações de prevenção. Vários estudos mostram que a vacina é o melhor método de prevenção e quanto mais cedo for a vacinação, maior a chance de se evitar o aparecimento do tumor.