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Depressão infantil: psicóloga fala sobre sinais de alerta no comportamento das crianças 


às 12h30
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Muitas pessoas podem acreditar que não, mas a depressão infantil existe! Vemos muitos casos de jovens, adultos e idosos com depressão, mas quase nada sobre crianças. Embora não seja muito frequente, elas também podem sofrer com o transtorno. 

Identificar a manifestação da depressão na infância não é tão fácil. Como a criança está em desenvolvimento, os pais percebem certas atitudes e comportamentos como parte desse processo. Para falar um pouco sobre as características da doença nesse público, conversamos com a psicóloga e professora da Faculdade São Luís de França, Marcela Teti.

Sobre as causas da depressão na infância, a psicóloga explica que a priori pode ser causada pela cópia dos comportamentos do pais. “Boa parte do período de vida de uma criança é dentro de casa, com a família. Logo, é muito provável que, se a criança desenvolveu depressão, exista dentro de casa um genitor com depressão. Embora a depressão seja marcada por uma tristeza profunda, dando a ideia de que ela se desenvolve dentro da pessoa, a depressão é resultado de comportamentos e pensamentos específicos. Se eu sou insegura e começo a dizer a mim mesma que “não vou conseguir”, “não mereço isso”, ou coisas do gênero, tais pensamentos levam a comportamentos de isolamento, de silêncio, carregados de melancolia e desmotivadores. Como a criança não poderia produzir tais pensamentos, pois ela não tem experiência de vida para concluir que “não merece” as coisas boas da vida, certamente ela ouve isso de alguém dentro de casa”, destacou.

Faixa etária

Transtornos como depressão, esquizofrenia, déficit de atenção, eram transtornos somente identificados na fase adulta ou na passagem da adolescência para a juventude. No momento em que homens e mulheres entravam em contato com a sociedade e as cobranças de ser um adulto responsável, estes males psicológicos se instalavam. Hoje vemos que a família introjetou as cobranças sociais e a casa, que seria o local do refúgio, do descanso, pode se tornar o pior lugar para se viver.

“De antemão, digo que isso não é culpa dos pais. Estes são constantemente cobrados e se cobram de terem filhos corretos, de bom caráter, inteligentes, bem sucedidos já no jardim de infância, amorosos, empáticos, democráticos, etc. Caso eles não consigam estes resultados, as pessoas do entorno os condenam por serem maus pais, maus cuidadores. O grande problema é que cumprir tais exigências é impossível e as famílias não percebem isso. Então, muito cedo, você vê criança frustrada, entediada, triste, com raiva, com o cenho franzido, com medo, mentindo, etc. Conheço criança que foi diagnosticada com depressão aos 5 anos… Isso é preocupante”, afirmou.

Sinais de alerta

Se você é uma pessoa com pensamentos negativos e mania de perseguição e tem crianças pequenas em casa, se cuide. O cuidado deve começar com os adultos que estão negligenciando sua saúde emocional e mental. Depois, caso sua criança esteja sendo menos criança, observe se está isolada, sem querer conversar, irritadiça, sem paciência, sem querer ir à escola ou ambientes sociais, rindo pouco, brincando pouco. Tais comportamentos associados, podem ser sinais de depressão.

Lidando com a doença

Segundo Marcela Teti, os pais não devem se impressionar com os especialistas em infância, devem buscar conhecer melhor seus próprios filhos, tentando entender o que querem, desejam, sentem. “É preciso buscar acompanhamento, levar a criança para fazer psicoterapia e junto ao profissional competente avaliar se notas altas, aulas de natação, balet, inglês, francês e japonês são de fato indicativo de sucesso na vida e bem-estar. Talvez seja mais interessante ter uma criança correndo em casa, vendo televisão, brincando de carrinho/boneca, do que cobrar responsabilidades e metas da sua criança”.

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