O mês de abril é marcado pela cor azul, utilizada para lembrar à sociedade sobre a importância de reflexões e conscientização acerca do autismo, sobretudo no espaço acadêmico. A educação inclusiva é essencial e um direito garantido, por isso, conversamos com a professora do curso de pós-graduação em Psicopedagogia Clínico Institucional, da Faculdade São Luís de França (FSLF), Néclea Dantas.
No mundo, são cerca de 70 milhões de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), estatisticamente o Autismo afeta uma em cada 160 crianças no mundo. É válido explicar que a condição denominada de TEA geralmente tem início na infância e prossegue durante a adolescência e vida adulta.
De acordo com a professora Néclea, as diretrizes da educação especial na perspectiva inclusiva, orientam o acesso, permanência e desenvolvimento da aprendizagem. “O direito ao acesso é garantido em lei, o que temos que rever e trabalhar é na questão do preparo, que passa pelo respeito, pelo olhar do profissional que está responsável pela instituição. Eles precisam estar antenados com o respeito a individualidade e com as especificidades de cada pessoa com deficiência”, afirmou
Para a profissional, reconhecer os desafios e montar todo um processo de inclusão não tem fórmula mágica, mas passa pelo entendimento do que seria uma escola inclusiva e de como essa escola vai receber todas essas unidades. “É um processo contínuo e não se questiona mais o acesso, todas as escolas sabem que precisam oportunizar que essas crianças estejam nos espaços coletivos de aprendizagem”, explicou.
Néclea Dantas também destaca que a escola é um campo próspero para o desenvolvimento de qualquer criança e com a criança dentro do espectro não seria diferente. “A oportunidade de estimulação do universo escolar, a rotina, todo o processo de aprendizado é de fundamental importância para a tríade do desenvolvimento que é a questão comportamental, linguagem e cognitiva. É muito importante que os pedagogos tenham essa consciência da importância do trabalho que eles desenvolvem dentro da escola e em sala de aula. O profissional deve se atentar às questões inclusivas dentro do espaço escolar o quanto isso é transformador dentro das necessidades específicas de cada aluno”, ressaltou.
Diante dessas necessidades é importante que os cursos de formação sejam nas especializações ou na graduação, que estejam antenados à essa pauta da necessidade da inclusão. Sensível às demandas envolvendo a pedagogia, a Faculdade São Luís de França é uma das apoiadoras do evento ‘Juntos pela Inclusão: 1º encontro aracajuano sobre autismo na escola’, que será realizado no dia 08/04, no auditório da instituição.
“Essa pauta da inclusão deve ser discutida no ambiente acadêmico, precisa ser alvo de conhecimento de pesquisa, pois é algo também muito importante e deve ser fomentado dentro desses espaços”, concluiu a professora da FSLF, que será uma das palestrantes do evento.