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Professor da FSLF fala sobre saúde mental no ambiente de trabalho


às 13h45
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Passamos boa parte do nosso tempo no trabalho, por isso, quando algo não vai bem ou se o ambiente não é dos melhores, os problemas podem ser sentidos em vários aspectos da nossa vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as situações de competição são as principais causas de estresse associado ao trabalho. Estatísticas apontam que uma a cada cinco pessoas no trabalho podem sofrer de algum problema de saúde mental. Esses problemas vão impactar diretamente no ambiente de trabalho, causando perda de produtividade e faltas ao trabalho, entre outros.

A organização do trabalho, a submissão a chefias autoritárias, a falta de comunicação entre as pessoas, o aumento no ritmo de trabalho e a exigência crescente de produtividade também são fatores que podem afetar a saúde dos trabalhadores. Para falar um pouco mais sobre o assunto conversamos com o professor do curso de Psicologia da Faculdade São Luís de França, Jameson Thiago Farias Silva.

Para o profissional, o primeiro ponto para manter a saúde nesse ambiente é, de antemão, não pensar o trabalho apenas do ponto de vista da aquisição de renda. “Embora seja um fator determinante na escolha de uma profissão, o sujeito por vezes se identifica e tira prazer de sua atividade, ou nela vê a chance de realizar algum projeto. Em todo caso, o ambiente de trabalho é um ambiente no qual o sujeito, em maior ou menor grau, se realiza”, destacou.

Neste sentido, proporcionar o bem-estar no ambiente de trabalho pode ser entendido como reforçar esses fatores que mantêm o sujeito realizado: boas condições para o exercício da função, remuneração justa, espaços para o uso da criatividade no trabalho etc.

De acordo com Jameson, a tensão (o stress) não é uma coisa ruim, um atleta em final de campeonato ou um candidato a um concurso precisam estar minimamente tensionados, atentos, focados na atividade que realizam. O professor ressalta que o problema é quando a situação em que operam, em que trabalham, os tensiona tanto e tão constantemente que este hiperfoco é “aprendido”, introjetado, e perde o seu caráter funcional.

“Isso quer dizer que a organização do trabalho, ao produzir e demandar um corpo e uma mente específicos para a sua realização, pode tornar este mesmo corpo e mente um problema, seja para o próprio ambiente laboral seja também para o sujeito em sua dimensão pessoal: o sujeito de ombros rígidos, pensamento inflexível e conduta voltada para a produtividade no trabalho pode ser levado a generalizar tais hábitos – tal corpo e tal mentalidade – para as suas relações familiares, por exemplo; ao mesmo tempo, a dureza de seu corpo e de seu psiquismo tornam-se um peso para o sujeito em seu próprio ambiente de trabalho”, finalizou.

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