Já pensou em ter um bichinho de estimação em casa? Se você tem crianças, essa pode ser uma ótima maneira de desenvolver nos pequenos responsabilidade e empatia. Além disso, os animais ajudam a criar memórias inesquecíveis, o contato com os pets também pode fazer com que a criança tenha uma vida mais longa, saudável e feliz.
De acordo com a coordenadora do curso de psicologia da Faculdade São Luís de França, Marcela Teti, há cerca de 20 anos os psicólogos recomendam às famílias terem algum animal de estimação em casa, inicialmente, a recomendação foi para as famílias que tivessem crianças tímidas, com dificuldade de aprendizagem ou com fobias específicas.
A psicóloga também explica que segundo algumas intervenções terapêuticas, o animalzinho seria uma estratégia para o desenvolvimento do afeto na criança. “Para a criança tímida, ou com fobia, com sérias dificuldades de socialização, o animalzinho passaria a fazer parte da rotina da criança e ela teria como função cuidar, levar para passear, dar carinho, o que treinaria um conjunto de habilidades Sociais e Socioemocionais necessárias para o convívio com os demais”, relatou.
O desenvolvimento destas habilidades favorece qualquer criança. Para além das recomendações apresentadas, podemos pensar que diferente dos seres humanos, os animais se apegam ao(s) ser(es) humano(s) que cuidam bem dele. Assim, ele demonstra fidelidade na relação com tutores de modo que qualquer pessoa sensível percebe o quanto o animalzinho gosta dela.
Segundo Marcela, para as crianças, este é um fator muito positivo, pois podem internalizar que o bichinho sempre estará lá, enquanto ela o tratar bem e quando precisar. Os bichinhos também são muito sensíveis aos tutores e logo que estes estão doentes, ou tristes, se aproximam quase fazendo vigília até sua total recuperação. “Para crianças que vivem em lares violentos ou negligentes, este afeto é imprescindível para a criança perceber que o mundo também pode ser bom com ela. Os animais, também diferentes dos humanos, respondem com mais rapidez à interação social. Enquanto as pessoas planejam demonstrar afeto, adiam gratificação, ou escondem seus afetos quando estão emocionalmente afetados, os animais são mais diretos”, afirmou.
Essa expressão objetiva e clara de demonstração de afeto ensina as crianças a ficarem atentas aos que eles querem, ao que os prejudicam e ao que não gostam. Logo após certo convívio a criança é capaz de cuidar de outra coisa além dela, estimulando este olhar para o outro e a tornando responsável por outro ser. “Essa relação com o animal de estimação auxilia no estabelecimento de regras sociais e certamente, a torna menos vítima das circunstâncias. Com um animalzinho a criança nunca estará desamparada, terá sempre alguma coisa que de fato gosta dela e que ela sabe exatamente como expressará seu afeto. Ele garante segurança afetiva, tornando qualquer lar emocionalmente seguro”, destacou a psicóloga.