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Compulsão alimentar: nutricionista fala da importância de discutir sobre o tema 


às 21h39
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Exagerar na comida durante uma festa ou acabar desejando um doce no final de um dia estressante é algo que pode acontecer com qualquer pessoa, e não há nada de anormal nisso. São episódios de fome emocional ou eventual exagero alimentar, mas que não devem ser confundidos com compulsão.

Conversamos com a nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade São Luís de França, Jamile Caruso, que falou um pouco sobre o assunto e esclareceu alguns pontos importantes. De acordo com a profissional, a compulsão alimentar é um tipo de transtorno alimentar, chamado Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA) e ocorre quando o indivíduo frequentemente come mais rápido do que o normal, come grandes quantidades de comida mesmo sem fome (com sensação de perda de controle), come sozinho por vergonha ou culpa, ele pode estar apresentando sinais do TCA.

Ainda segundo a nutricionista, em caso de suspeita, a pessoa deve buscar ajuda de um profissional de saúde para investigação e tratamento. Muitos pacientes não sabem que sua dificuldade de controle alimentar pode fazer parte de um quadro psiquiátrico, o que torna difícil o tratamento. Por isso é tão importante falar sobre esse tema.

Existem fatores que podem desencadear esse tipo de comportamento, questões emocionais como ansiedade, tristeza e culpa podem ser fatores determinantes para a compulsão alimentar. “O principal fator que pode desencadear a compulsão alimentar é a restrição/privação de alimentos. As famosas “dietas restritivas”, jejum prolongado. A “proibição” pode gerar “compulsão”. Com a privação de alimentos é comum surgirem pensamentos do tipo “Já que comi esse pedaço, fracassei… vou comer o pacote inteiro”, alertou.

Estudos mostram que o gênero feminino é o mais acometido pela compulsão alimentar e por outros transtornos alimentares de uma forma geral. A nutricionista explica que isso acontece principalmente na transição da adolescência para a fase adulta, em detrimento da pressão estética imposta de forma mais intensa sobre as mulheres, onde um corpo cada vez mais magro é o corpo que se encaixa dentro do “padrão”.

Jamile também faz outro alerta, o aumento de diagnósticos de compulsão nos últimos anos. “Principalmente após o período da pandemia COVID-19, onde muitas pessoas tiveram prejuízos na saúde mental, gerando uma relação disfuncional com a alimentação. O TCA possui causas multifatoriais, então o tratamento deve ser multidisciplinar com nutricionista (que trabalhe com comportamento alimentar), psicólogo e psiquiatra”, concluiu.

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