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Psicóloga fala sobre o impacto dos filtros da redes sociais na autoimagem dos Jovens


às 10h33
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É certo que a internet tem facilitado a gestão do conhecimento, ampliado as possibilidades e encurtado distâncias geográficas, ou seja, a internet veio para ficar. Dessa forma, ela deixa de ser apenas uma ferramenta de entretenimento e passa a ser um importante recurso de comunicação econômico e funcional, a ponto de modificar a forma de relacionamento dos indivíduos.

No entanto, seu uso, sem organização de tempo e objetivo claro, pode ser adoecedor, causando impactos negativos na autoestima dos indivíduos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada no ano de 2021, o número de domicílios com acesso à internet no Brasil chegou a 90,0%, em termos absolutos, são 65,6 milhões de domicílios conectados, 5,8 milhões a mais do que em 2019, sendo que as mulheres estão mais conectadas que os homens. Portanto, no contexto atual, ter uma “casa digital”, torna-se um hábito comum, em que se passa boa parte do tempo, em ambiente virtual, principalmente, nas redes sociais, a exemplo do instagram.

Para falar sobre esse impacto das redes sociais, conversamos com a professora do curso de Psicologia da Faculdade São Luís de França, Dra. Glessiane de Oliveira Almeida, que destacou o Instagram como uma das principais ferramentas de mídias sociais. ” Ele possibilita aos usuários (as) o compartilhamento de fotos, aplicação de filtros, criação de vídeos tudo em tempo real, além da possibilidade de publicar, sincronicamente, em outras redes como Facebook, Twitter, Tumblr e Flickr. Atualmente, percebe-se que os jovens ao utilizarem o instagram sentem a necessidade de aprovação de um público, boa parte, desconhecido, a espera de curtidas ou comentário positivo, ou seja, observa-se uma corrida acirrada por aceitação efêmera da “sociedade”. Entretanto, tal exposição pode gerar impactos positivos como negativos na autoestima, principalmente, de adolescentes e jovens. É possível tirar uma foto e a partir do uso de filtros excluir “imperfeições”. Sabe-se que o ser humano vive em busca acelerada pela felicidade e isso inclui ser aceito nas redes sociais a partir de um padrão social”, afirmou.

Ainda segundo a psicóloga, o uso de filtros está atrelado ao “está no padrão social” e consequentemente, uma “porta de entrada para felicidade”. “É comum que jovens sejam influenciados por personalidades digitais referente à aparência corporal, comportamento, vestimenta, propiciando ao indivíduo a construção da imagem de si, a partir dos estereótipos que predominam em seu meio social. Em alguns casos, os jovens tendem a se isolar para não se apresentar perante a sociedade, sem o uso de filtros. É importante pontuar que essa influência estimula o surgimento de formas distintas de subjetivação, podendo provocar sofrimento psíquico, a exemplo de transtornos de ansiedade, bulimia, anorexia, depressão e/ou até o suicídio, visto que a visão real do corpo é diferente do “ideal” publicado nesses perfis”, ressaltou.

Diante dessa realidade apresentada, torna-se essencial refletir até que ponto os conteúdos digitais, os objetivos e valores oriundos do ciberespaço tem impactado na autoimagem desses jovens. As discussões precisam, continuamente, serem feitas e refeitas ampliando seus espaços para que alcance os indivíduos que experimentam dessa distorção de realidade.

Para a professora da FSLF, fortalecer redes de apoio, ventilando informações a partir dos recursos utilizados por esses jovens é o início de uma discussão calorosa sobre a temática em questão. “Nesse contexto, o psicólogo (a), tende a exercer um papel fundamental, junto a equipes multidisciplinares, para que, a partir de um olhar crítico e com responsabilidade social consiga orientar e tratar possíveis transtornos de distorções da autoimagem, auxiliando o indivíduo a lidar com suas emoções e, orientando às mudanças necessárias para o fortalecimento do seu self. É importante frisar que a internet veio para potencializar e melhorar as relações, no entanto, é preciso maturidade psicológica para usufruir desse potencial que está ao alcance de todos (as), para não tornar essa ferramenta prejudicial à própria saúde mental”, finalizou.

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