No próximo dia 14 de março Sergipe completa um ano da confirmação do primeiro caso de Covid-19 no estado. Neste último ano de pandemia, os profissionais da área de saúde vivenciaram muitos desafios diante de uma doença desconhecida, de protocolos inexistentes, que eram implementados ao mesmo tempo em que os profissionais estavam na linha de frente, na luta diária para salvar vidas.
Em meio a esse cenário incerto, uma das profissões que ganhou destaque, não só durante os primeiros sintomas do vírus, como também no tratamento pós-Covid, foi a fisioterapia. Pois o fisioterapeuta atua em todas as fases do tratamento do paciente que testa positivo para o novo coronavírus.
A fisioterapia é indicada em todos os casos de infecção. Isso porque, existe uma variedade de sinais e sintomas associados à dinâmica, atendimento e prestação de serviço do profissional da área.
De acordo com o fisioterapeuta e professor do curso de Fisioterapia da Faculdade São Luís de França, Igor Larchert Mota, nas internações, o trabalho do fisioterapeuta começa com os primeiros cuidados com a administração de oxigênio, passa pela assistência em intervenções envolvendo intubação, ventilação mecânica e mudança de decúbito, e inclui ainda procedimentos para remoção de secreção brônquica e melhora da função respiratória. “No atendimento pós-hospitalar, ele é responsável por indicar exercícios e procedimentos terapêuticos para recuperar a capacidade pulmonar e motora, tanto de quem acabou de sair da UTI, quanto de quem está em reabilitação domiciliar”, declarou.
A versatilidade desse profissional, que pode atuar como parte da equipe de atendimento nas unidades de terapia intensiva, de urgência e emergência, de enfermarias hospitalares ou trabalhando na recuperação do paciente pós-internação, torna o fisioterapeuta fundamental para a recuperação dos pacientes com coronavírus.
“Sua atuação enquadra-se na linha de frente no processo de avaliação, diagnóstico e intervenção das funções respiratórias e motoras, na qual contribuem para evitar as disfunções neuropsicomotoras e cardioventilatórias secundárias relacionadas à Covid-19”, destacou o professor.
Desafios
A epidemia da nova pneumonia por coronavírus mudou a realidade mundial de saúde, principalmente, na descoberta de uma doença multifatorial onde a disseminação, contaminação e mortalidade foram os maiores desafios globais apurados até o momento.
No que diz respeito à fisioterapia, os obstáculos e aprendizados foram a conjuntura desfavorável da saúde para assistir às populações e reduzir o número de mortes.
“A gravidade cardiorrespiratória dos pacientes e irregularidade dos sintomas, as repercussões funcionais da doença, o risco constante de contaminação dos profissionais e a rotina de trabalho exaustiva tanto física como emocional, são fatores desfavoráveis no enfrentamento da Covid-19. Por outro lado, essa pandemia evidenciou a importância do fisioterapeuta na assistência à saúde, promovendo o reconhecimento da sociedade em geral e dos gestores”, concluiu o fisioterapeuta.