MENU
Menu Principal

Ansioso com o primeiro dia de aula? Professor explica porque isso acontece


às 12h47
Compartilhe:

Volta às aulas se aproximando e sempre bate aquele nervosismo, um friozinho na barriga só em pensar sobre os desafios que estão por vir. Quando falamos dos calouros essa ansiedade é ainda maior, pois um novo universo se apresenta, e com ele um pouco de insegurança.

Todas essas sensações são normais e muito comuns, para falar sobre como melhorar o nervosismo no primeiro dia de aula conversamos com o professor de psicologia da Faculdade São Luís de França, Jameson Thiago Farias Silva, que deu algumas dicas para aliviar a tensão.

Primeiramente, o professor explica o porquê desse sentimento. “Se a atenção do sujeito ganha contornos de ansiedade, de nervosismo, é porque em geral aquilo que é alvo do nervosismo é importante: um primeiro encontro, uma etapa-chave de um concurso etc. são situações “nervosas” pois são importantes para o sujeito. Estar nervoso nada mais é do que a atenção dizendo que há algo central, essencial, e que há a demanda para que o sujeito se engaje de acordo a esta situação”, relatou.

Para melhorar a adaptação no ambiente novo Jameson afirma que uma a “Abertura à diferença” é uma atitude positiva que pode ajudar muito. “Um curso de ensino superior é, por vezes, um choque para o aluno – seja ele recém-advindo do ensino médio seja alguém que se formou a já algum tempo. O aluno participará de procedimentos pedagógicos distintos dos que conhecia, abordará tecnologias e textos clássicos que irão demandar o seu esforço intelectual e, claro, entrará em contato com pautas e temas que, talvez, nunca tenha discutido fora de sala de aula. Estar aberto e disposto é não só um bom modo de lidar com esse nervosismo como, também, um bom modo de se apropriar do ensino superior”, destacou.

De acordo com o professor da FSLF, a ansiedade e o nervosismo, em si, não são danosos, eles são chamarizes para a demanda de se adaptar a um novo contexto. O problema é quando a ansiedade se torna ela mesma o problema a ser encaminhado. “Estar atento aos contextos em que esta ansiedade danosa aparece é importante, pois será tal contexto o alvo da intervenção – num exemplo bobo: se comer camarão me dá azia, e quero evitar ter azia, logo evito comer camarão. O mesmo para o aluno em sala de aula: se o aluno nota que a proximidade das provas o deixa ansioso devido à quantidade de coisas a organizar antes do estudo, deve criar estratégias prévias de organização, como fichamentos ou cronogramas de leitura”, finalizou. 

Ao mesmo tempo, tais estratégias são apenas superficiais – retomando o primeiro exemplo, evitar comer camarão não resolve aquilo que “causa” o mal-estar (seria uma gastrite? alguma alergia?). Esta análise mais acertada da gênese e da dinâmica do que deixa cada um ansioso pode ser melhor avaliada em terapia com um profissional psicólogo.

Compartilhe: