O mês de junho é voltado para a conscientização sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento sobre a saúde do sangue, trazendo em destaque duas das condições mais frequentes relacionadas ao sistema sanguíneo: a anemia e a leucemia.
Hoje vamos falar um pouco sobre a anemia, pois apesar de muito frequente, ainda continua sendo um tema que traz dúvidas à população. E para esclarecer algumas dúvidas e falar mais sobre o assunto convidamos a professora do curso de Nutrição da Faculdade São Luís de França, Izabela Maria Montezano de Carvalho.
A anemia ocorre quando o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal. Esta condição pode ser resultante da carência de um ou mais nutrientes, seja qual for a causa dessa deficiência, como a baixa ingestão alimentar ou patologias, por exemplo.
De acordo com Izabela Montezano, as anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como Ferro, Zinco, Vitamina B12 e proteínas. Porém, a Anemia causada por deficiência de Ferro, denominada Anemia Ferropriva, é muito mais comum que as demais, com prevalência de 90% em relação às demais. “O Ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na fabricação das células vermelhas do sangue e no transporte do Oxigênio para todas as células do corpo”, explicou
Devido a esse prejuízo na oxigenação das células, os principais sintomas da anemia ferropriva podem incluir fadiga generalizada, falta de apetite, palidez de pele e mucosas (parte interna do olho, gengivas) e menor disposição para o trabalho. Já nas crianças os sintomas podem ser dificuldade de aprendizagem e apatia (crianças muito “paradas”).
Ainda segundo a professora de nutrição, crianças, gestantes, lactantes, meninas adolescentes e mulheres adultas, em fase de reprodução, são os grupos mais afetados pela doença. Mas isso não significa que homens – adolescentes e adultos – e os idosos não possam ser afetados por ela.
Como uma das causas da anemia é a baixa ingestão de Ferro, a prevenção pode ser feita diariamente através dos nossos hábitos alimentares. Para ajudar a montar um cardápio rico com o nutriente, a professora de nutrição deu algumas dicas de alimentos.
“As melhores fontes de ferro são as carnes vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e outras vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes, mariscos crus. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o leite e o ovo não são fontes importantes de Ferro. Entre os alimentos de origem vegetal, destacam-se como fonte de ferro os folhosos verde-escuros (exceto espinafre), como agrião, couve, cheiro-verde; as leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais ou enriquecidos; nozes e castanhas, melado de cana, rapadura, açúcar mascavo”, destacou.
Também existem disponíveis no mercado alimentos enriquecidos com ferro como farinhas de trigo e milho, cereais matinais, entre outros. Outra dica é, ao ingerir um alimento vegetal fonte de ferro, é importante aliar um alimento fonte de vitamina C sempre que possível, como laranja, limão, acerola, goiaba, entre outros.