Na ânsia do corpo perfeito e pela perda de peso de forma rápida, muitas pessoas vão em busca das mais variadas dietas e algumas delas incluem chás. Há também quem venda os produtos prometendo que serão a solução para o emagrecimento rápido, mas até que ponto isso é verdade?
Para esclarecer sobre o assunto e falar um pouco mais sobre os benefícios e os cuidados que devemos ter na hora de ingerir os chás, conversamos com a professora do curso de nutrição da Faculdade São Luís de França, Anne Karoline de Souza de Oliveira.
De acordo com a nutricionista, alguns chás podem auxiliar no processo de emagrecimento, não por promover perda de gordura significativa, mas por auxiliarem na atenuação de complicações metabólicas relacionadas ao excesso de peso e/ou obesidade, como por exemplo, estresse oxidativo e inflamação crônica de baixo grau. Entre os diferentes chás com propriedade antioxidante e anti-inflamatórias destacam-se os chás de alecrim, cúrcuma, manjericão, canela, gengibre, entre outros.
A profissional também explica que os chás apresentam em sua constituição compostos químicos com diversas propriedades que podem oferecer benefícios à saúde. Entre os compostos mais estudados, destacam-se os polifenóis, que são conhecidos por suas diversas atividades biológicas, entre elas, antioxidante e anti-inflamatória. “Quando inseridos de forma correta no plano alimentar, os chás podem contribuir na melhora de diferentes queixas relatadas pelos pacientes, como por exemplo, desconforto gástrico, dores de cabeça, retenção de líquido, dores abdominais etc.”, afirmou.
Tem quantidade certa?
O ideal é que a ingestão do chá seja feita mediante a prescrição de um profissional de saúde habilitado. Ele fará a recomendação sobre a melhor forma de preparo e tempo de ingestão que o chá poderá ser consumido, tudo isso de acordo com a necessidade específica de cada paciente. Desta forma será possível aproveitar de maneira segura, os diversos benefícios que as ervas e especiarias podem proporcionar.
Os chás podem ajudar o corpo a desinchar?
A retenção de líquido é um incômodo comum, principalmente identificado em mulheres. Geralmente, fatores como alterações hormonais, sedentarismo, consumo de sódio e produtos industrializados em excesso podem explicar o surgimento do quadro, que resulta em inchaços. “De certa forma, qualquer chá tem efeito diurético porque, basicamente, quanto mais água a pessoa ingere, mais urina ela produz. A urina estará repleta de toxinas e irá levar também o excesso de líquidos do corpo. No entanto, algumas plantas medicinais contribuem para potencializar o efeito, como por exemplo, os chás verde, cavalinha, folha de louro, dente de leão, gengibre etc. Ressaltando que o consumo deverá ser prescrito por profissionais habilitados, que conheçam a história clínica do paciente, evitando assim, chás que possam apresentar efeitos indesejados caso o paciente apresente outros problemas de saúde”, destacou a nutricionista.
E o excesso, pode fazer?
Sim. Vale lembrar que a diferença entre o veneno e o remédio é a dose. O consumo de chás requer avaliação de um profissional que conheça a erva medicinal, a possível interação dela com outros compostos, se está regulamentada pela ANVISA, a concentração adequada, bem como o período que o chá deverá ser consumido e a forma de preparo. “O consumo desenfreado de chás, preparados com concentrações desconhecidas ou com mistura de ervas feita sem embasamento científico, pode comprometer a função do fígado e consequentemente a qualidade de vida de quem o ingerir desta inadequada ou em demasia”, finalizou.