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Professor da FSLF dá algumas dicas de como fazer um planejamento financeiro familiar


às 12h47
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O percentual de famílias brasileiras endividadas no mês de julho deste ano chegou a 71,4%, o maior patamar da série histórica, iniciada em 2010. A alta é de 1,7 ponto percentual na comparação com junho e de 4 pontos em relação a julho de 2020, o maior aumento anual verificado desde dezembro de 2019.  Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Diante de números tão altos de famílias que não conseguem quitar suas dívidas ou precisam deixar as contas da casa em atraso, fica cada vez mais evidente a necessidade de um planejamento financeiro familiar. Pode parecer algo difícil, ainda mais em um momento de inflação elevada e a alta de preços constantes, por isso, conversamos com o professor da Faculdade São Luís de França, Rodrigo Rocha, que deu algumas dicas.

De acordo com o profissional, cuidar das finanças pessoais significa que o seu dinheiro não será motivo de preocupação. A falta de um bom planejamento financeiro é responsável por boa parte das dívidas em atraso, o que provoca diversos problemas sérios na vida de uma família.

Ainda segundo Rodrigo Rocha, para iniciar o planejamento financeiro em uma família é necessário o diálogo com todos os membros. “É muito importante para que todos se comprometam com os objetivos estabelecidos. Se existem dívidas em atraso, todos devem saber, para que todos vejam como podem ajudar a sair dessa situação. Os sonhos também precisam ser compartilhados. Comprar uma casa, comprar/trocar o carro, viagens, etc. Se as rendas de duas ou mais pessoas da família são necessárias para a realização desses sonhos, todos devem concordar ou esse sonho nunca será realizado de uma forma que não gere problemas financeiros futuros”, afirmou.

Dicas para um planejamento eficiente.

Após o diálogo aberto sobre as questões financeiras. A segunda dica é ter um bom controle de todas as despesas. Mas não precisa necessariamente controlar os centavos. Basta separar as despesas em algumas partes e controlar quanto se pode gastar em cada uma.

Para exemplificar, o professor elencou alguns ítens para facilitar o entendimento, pois esses percentuais podem variar bastante, de acordo com a realidade de cada família:

1- Moradia (aluguel/prestação da casa; água; energia; etc.) – Entre 25% e 30%;

2- Alimentação (supermercado, açougue, padaria, etc.) – Entre 20 e 25%;

3- Lazer (cinema, festas, viagens, etc.) – Entre 10 e 15%;

4- Educação (faculdade, livros, cursos, etc.) – Entre 20 e 30%;

5- Reserva financeira e investimentos (dinheiro guardado para emergências e dinheiro investido para realização de sonhos) – Entre 10 e 20%

6- Diversos (transporte/combustível, etc.) – Entre 10 e 15%.

A terceira dica é ter disciplina para controlar se está conseguindo gastar conforme planejado e, para facilitar, crie a “Hora das contas”. Exemplo: todo domingo, 16h, focar em olhar tudo que gastou durante a semana, para ver se perdeu o controle de alguma conta e já ajustar rapidamente na semana seguinte.

A quarta dica é criar o hábito de guardar dinheiro todo mês. Infelizmente tem muita gente que não pode ver dinheiro sobrando que já arranja alguma coisa para gastar (um lanche, um passeio, etc.). “O segredo é já guardar um valor assim que receber a renda, mesmo que seja um valor pequeno, mas tem que guardar, para criar o hábito de poupar”, ressaltou Rodrigo.

A última dica é a persistência. Infelizmente em alguns momentos pode parecer bem difícil e as contas podem fugir do controle. Nessas horas é importante manter a calma, para analisar todas as possibilidades para resolver a situação e voltar a ter a vida financeira controlada.

Como seguir com as metas do planejamento diante dos aumentos?

Segundo o professor, a “matemática” da “vida financeira” é simples: soma tudo que ganha e subtrai tudo que gasta. O problema dessa equação é que muitas pessoas não possuem uma boa renda e nem um bom controle das contas, enfrentado dificuldades ainda maiores para administrar as contas de casa durante momentos de aumento acelerado dos preços em relação ao salário, como a situação que está acontecendo atualmente no país.

“Se os preços das coisas aumentaram demais e não estão cabendo mais no seu orçamento, só existem duas opções: ou reduz os gastos, substituindo alguns produtos/serviços mais caros por outros mais baratos ou até mesmo deixando de comprar itens não essenciais, ou aumenta a renda. Para essa última opção existem alguns caminhos, sendo os mais comuns buscar qualificação para conseguir um emprego melhor, através de uma formação em uma faculdade, por exemplo, e/ou fazendo renda extra, por exemplo, através do empreendedorismo, com a venda de alguma coisa ou serviço, etc”, finalizou.

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