Para celebrar o Dia Nacional da Literatura Infantil conversamos com o professor da Faculdade São Luís de França, Matheus Luanm, que também é escritor de obras voltadas para o público infantojuvenil. Primeiro, é preciso saber que a data foi escolhida, pois em 18 de abril de 1882, nascia o escritor Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira. Portanto, é uma data que celebra esse tipo de literatura e homenageia esse escritor.
De acordo com o professor da FSLF, a produção no Brasil está em alta com autores, pesquisadores e acadêmicos interessados nesse tipo de literatura. “O interessante é que a literatura infantil vem ganhando espaço nas universidades. Isso foi possível através da pesquisadora Nelly Novaes Coelho, que sistematizou uma literatura que não era vista como ciência e nem como objeto de estudo, a partir dessa valorização que ocorreu no final dos anos 80 pudemos ter mais prestígio para essa literatura”, destacou.
Sobre a data, Matheus Luanm afirma que existem motivos para comemorar, pois cada espaço galgado na sociedade por meio da literatura deve ser vivenciado. “A literatura é uma das manifestações artísticas a qual promove o ser humano libertar-se de si, encontrar a si e conversar consigo no mundo”, ressaltou.
Para quem pensa em produzir nesta área, o professor e escritor, destaca que o primeiro desafio é conhecer os interesses e necessidades do seu público, sem confundir literatura infantil com literatura boba. “Ela possui rigor técnico que merece ilustrações adequadas, diagramação, adaptação a idade, merece material de qualidade, publicidade e marketing. Um detalhe a ser observado é que não podemos confundir o caráter da literatura infantil, ela nasce para o bel prazer, para satisfazer a criança em diversos aspectos da vida”, afirmou.
Segundo o professor, o livro infantil deve proporcionar alegrias e momentos de contentamento, quando ele é levado à escola, torna-se um viés pedagógico e o texto infantil para criança não pode ser apenas para ensinar, mas deve ser promovido para brincar com a palavra.
Finalizando o bate-papo, Matheus destaca o papel da literatura infantil para o desenvolvimento futuro. “Pensamos que é necessária para que se faça o leitor. Não podemos cobrar os alunos do ensino médio, das faculdades, que eles leiam, se eles não foram formados leitores lá na infância. Desde a participação de cantigas de rodas, trovas, rimas, para depois os contos e fábulas e no futuro, os romances e textos acadêmicos. Aqui em Sergipe temos autores com publicações interessantes, são eles: Gustavo Aragão, Telma Costa, Adilma Pinto, Cris Souza, Antenor Aguiar e tantos outros”.